domingo, 27 de fevereiro de 2011

[Animação] Review - Metrópolis


 A história começa com Shunsaku Ban e seu sobrinho Kenichi chegando a cidade chamada Metrópolis, um dos pólos de tecnologia do mundo. O cenário que lhes é apresentado é uma cidade mega populalosa e mergulhada na miséria. Por conta do grande avanço tecnológico e para melhorar a economia, os trabalhadores foram substituídos por robôs, o que faz com que a população seja obrigada a morar nos subúrbios da cidades e a viver de restos da elite local.


O objetivo de Shunsaku Ban é investigar um tal e Dr. Laughton, que é envolvido com tráfico ilegal de órgãos. Em meio a esse fato, Metrópolis está agitada pela inauguração do Zigurate, o que teóricamente é uma superinstalação destinada ao progresso da nação.
Todo esse ambiente passa um sentimento de tensão; os humanos odiando os robôs, a elite desprezando a desigualdade e muitos fazendo seus subordinados agirem de forma violenta aos ocasionais protestos, tudo indicando uma grande revolta.

Depois que Kenichi encontra Tima, uma super robô criada pelo Dr. Laughton, o anime deslancha em uma sequência de fatos que mal consegue-se respirar. Eles são perseguidos por Rock que é o braço direito do Duque Red e mandante das Marduques, que são milícias responsáveis por eliminar robô defeituosos ou que estejam fora da área autorizada. Duque Red por sua vez é o grande ditador de Metrópolis e verdadeiro dono de Tima.
Shunsaku e Kenichi terem encontrado Tima pode fazer com que eles conheçam mais sobre a sombria verdade que se esconde por trás de Metrópolis.

Tima, na minha opnião, é a uma das personagens mais complexas do anime, sua expressão é vazia e robótica, contrastando com sua aparência angelical e sua voz doce de criança. Em muitos momentos do anime ela é retratada quase como uma divindade, e vc começa a acreditar que o mais certo é ela seguir seu destino. Outro personagem impressionante é Rock, que é inexistente no mangá, foi criação pessoal do roteirista e que se encaixou tão bem que fica difícil acreditar na sua ausência no original. Kenichi também é um personagem incrível, com uma aparência frágil e infantil mas que se torna maduro e muito seguro de si em frente a obstáculos.

Como se a história não fosse o suficiente, a animação de Metrópolis é de tirar o fôlego! Baseado em um mangá único e de mesmo nome que foi publicado aqui pela editora NewPop e escrito por ninguém menos que Osamu Tezuka em 1949, Metrópolis é uma super produção da Toho e Bandai Visual, lançada em 2001 lá fora e em terras tupiniquins em 2002. Dirigida por Rin Taro (Galaxy Express 999, Peacock King) e pelo roteiro de Katsuhiro Otomo (Akira, Memories) Para se ter uma idéia da magnitude da produção, levaram-se 5 anos para ser finalizada, foram 150.000 células de acetato para produzir a animação dos personagens e 15 milhões de dólares investido em todo o projeto. Enquanto os cenários de fundo representam o que há de mais impressionante em termos de tecnologia 3D, os personagens foram desenhados a mão. A riqueza de detalhes é inacreditável e a animação fluida e perfeita dos personagens mostra porque foram gasta tantas células de acetato.

A trilha sonora faz com que o anime ganhe um tom irônico em alguns momentos e tira um pouco o peso do ambiente soberbo e de tensão que foi criado, uma mistura de jazz e blues clássicos adicionados a imagens de explosões cria cenas no mínimo insanas!

Respondendo a pergunta mais comum feita em relação a esse anime, se ele tem algo a ver com o longa de mesmo nome feito pelo diretor alemão Fritz Lang em 1926 que também se passaem um futuro com tecnologia muito avançada e sob uma ditadura, Tezuka sempre afirmou que não se baseou no filme alemão, ao qual ele não assistira, mas que sua principal inspiração foi o poster original do filme. Existe sim muita semelhança entre as duas histórias: um ditador que não se importa com a miséria da população, a população oprimida que arquiteta uma revolta, além da presença de robôs femininas com papel fundamental na trama (Maria e Tima).

A história possui um brilho próprio e cativa o espectador com facilidade desde o primeiro minuto, embora bem complexa, em nenhum momento confunde a cabeça de quem assiste e flui com naturalidade.
Com referências à Torre de Babel (chamada de Zigurate pelos babilônios) e cutucando a vontade do homem de se equiparar a Deus, Metrópolis não é só uma animação bem feita, pelo contrário, ela se sustentaria só pelo conteúdo, mas já que ela nos foi dada em um pacote deluxe, só nos resta encostar no sofá e aproveitar a viagem ao máximo!









1 comentários:

Evandro "O Vento" Parreira disse...

O visual é muito bom...
saudade das boas animaçoes....

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